Você já OBSERVOU uma pessoa de máscara e, apenas pelo olhar, ficou curioso para saber como seria o restante do rosto dessa pessoa? Já percebeu que hoje estamos analisando os olhares já que não vemos frequentemente os sorrisos e as caretas? Parece que as máscaras limitaram não só os nossos narizes e bocas, mas a nossa capacidade de nos conectar emocionalmente ao outro.
Muitas pessoas consideram-se simpáticas e poucos entendem o que vem a ser empatia, a singela capacidade que temos de nos envolver afetivamente com o outro, colocando-se no lugar. Já a simpatia é a relação de afinidade entre as pessoas. Entendeu a diferença? Empatia é atitude. Simpatia é atração. Empatia é cumplicidade. Simpatia é proximidade. Na hora do vamos ver, o empático tende a ajudar mais que o simpático. Comparação semelhante entre ajuda e altruísmo. A motivação do altruísta em ajudar é independente de retorno da outra parte. E como a sociedade está necessitada de impulsos assim, verdadeiros, autênticos.
Para os especialistas, quanto mais sentimento de pertencimento, maior é o nível de empatia. Então pronto! Em uma sociedade com ausência de empatia, o individualismo reina. Está aí a régua que iremos usar. Observe os ambientes que você convive… Se for uma cidade pequena, maior as chances das pessoas se ajudarem. Quanto maior o centro urbano, maior será a sobrecarga e o isolamento.
Em 2011, a FUVEST, banca examinadora da USP, teve como tema a seguinte pergunta: O PENSAMENTO A LONGO PRAZO E O ALTRUÍSMO AINDA TÊM LUGAR NO MUNDO CONTEMPORÂNEO? Eu acrescentaria algo a mais, e em um ambiente de isolamento social e pandêmico? Após um ano de pandemia, vivenciamos a segunda ou terceira onda de casos. Será que estamos perdendo os nossos laços? A capacidade de nos colocar no lugar do outro? Entre saúde e economia, entre educação e lazer, essa realidade está estranha. Não quero crer que esse seja o novo normal. Se a COVID 19 é transmitida no corpo a corpo, a imunidade de rebanho e o isolamento social são soluções para que, o quanto antes, possamos abraçar uns aos outros, irmos a eventos lotados e a retirar as nossas máscaras para vermos os sorrisos das outras pessoas. Queremos viver a vida, adotar o carpe diem e perder o isolamento a longo prazo. Se os momentos de crise nos levam a decisões sobre nossa sobrevivência, adotar atitudes altruístas e empáticas pode ser a chave para sairmos ainda melhores dessa fase. Quero que você não perca a esperança na humanidade, desgarrando-se do propósito coletivo. Compartilhe a esperança de que tudo isso está passando e passará, ainda mais rápido, se cuidarmos, fisicamente e emocionalmente, uns dos outros.
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